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I left my heart in San Francisco

  • Foto do escritor: Virna Miranda
    Virna Miranda
  • 20 de ago. de 2018
  • 19 min de leitura

Atualizado: 23 de fev.

Algumas semanas antes das férias, quando comecei a criar playlists para ouvir na viagem, começamos a ouvir essa música sem parar. Ficávamos escutando e sonhando com as ladeiras, o sol e até o fog frio das manhãs. São Francisco é tudo isso e muito mais e diferente de tudo que eu já havia conhecido dos Estados Unidos.

Vista da Golden Gate com o fog se dissipando e dando lugar ao céu azul
Vista da Golden Gate com o fog se dissipando e dando lugar ao céu azul

Era nossa primeira vez na Califórnia e todo mundo dizia que iríamos nos apaixonar pela cidade enladeirada e cantada em verso e prosa. E não poderia ser diferente. São Francisco é leve, divertida, uma delícia para andar sem rumo e com um monte de lugar legal não só para visitar. Aqui, o barato é se deixar levar pelo estilo californiano de ser, e viver a energia que você vai encontrar em cada esquina. Dá para ficar em São Francisco por dias, semanas se você puder. Nós só tÍnhamos 4 dias, então tivemos que fazer escolhas (difíceis, confesso), mas acho que foi um tempo legal. Deu para conhecer a maior parte do que queríamos e ainda fazer programas sem pressa, curtir a cidade e os espaços públicos, que no verão são muito gostosos para aproveitar.

São Francisco é leve, divertida, uma delícia para andar sem rumo e com um monte de lugar legal não só para visitar. Aqui, o barato é se deixar levar pelo estilo californiano de ser, e viver a energia que você vai encontrar em cada esquina.

Arrumando a mala

Se você vai viajar no verão como eu (fomos no final de agosto), a primeira coisa que tem que saber antes de embarcar é que mesmo estando na Califórnia e na época mais quente do ano, São Francisco faz frio em alguns momentos do dia. Não se iluda levando apenas shortinho e camiseta. Leve calça e casaco. Você vai precisar. Pela manhã, amanhece tudo nublado, é o famoso fog (parece Londres), e um vento frio de matar. Só perto de meio dia é que o tempo vai abrindo, o vento melhora, o sol aparece e o céu fica azul (oba!!!). Finalmente você vai lembrar que é verão... Tire o casaco e curta o calorzinho como um bom californiano enquanto é tempo, porque no final da tarde, lá vem o vento de novo. É um tal de tira e bota roupa... Se você é friorento - as mulheres são mais - vai precisar encarar o truque das camadas de cebola, não tem jeito...  Mas não se preocupe. Quando começar a descer a costa em direção a Los Angeles, esse fog tende a desaparecer e o calor vai aumentando.

Detalhes de ordem prática esclarecidos, vamos ao que interessa. A seguir, compartilho nosso roteiro de 4 dias por São Francisco e algumas dicas do que dá para fazer com esse tempo.


São Francisco - dia 1


Chegamos em São Francisco por volta das 13h, depois de horas e horas de voo, mas felizes com o lucro do fuso de 4 horas a menos em relação ao Brasil. Pegamos um táxi e fomos direto para o hotel.

Dica: até dá para ir de ônibus do aeroporto para a cidade, mas depois de uma viagem longa e carregando malas, optamos pelo táxi mesmo. O valor aproximado do aeroporto internacional para o centro (nos hospedamos perto da Union Square) é de USD 50.

Ficamos no G Hotel, um hotel boutique localizado na Geary Street, a uma quadra da Union Square, a principal praça da cidade, linda por sinal.



Union Square, com a Saks Fifth Avenue e a Tiffany ao fundo.
Union Square, com a Saks Fifth Avenue e a Tiffany ao fundo.

A localização é perfeita, dá para fazer um monte de coisas a pé, tem dezenas de lojas bacanas ao redor, como Macy's, Nike e Apple, vários locais para tomar café da manhã e é muito perto da Powell Street, onde fica o terminal de partida do Cable Car (o famoso bondinho de madeira que percorre as ladeiras). O quarto era confortável e modernoso na medida. Super recomendo.



Mesmo cansados e com sono, deixamos as malas no quarto, tomamos um banho e partimos para uma caminhada de reconhecimento. Afinal, se você está de férias, esperou meses pela viagem e está ansioso para conhecer a cidade, não vai querer ir para o hotel dormir, não é mesmo?

A verdade é que estávamos morrendo de fome, então decidimos almoçar em um restaurante que havíamos pesquisado no Tripadvisor como um dos melhores de frutos do mar na cidade, o Swan Oyster Depot. O local era relativamente perto, mas esquecemos que estávamos em Nob Hill, bem na meiuca das ladeiras, e lá fomos nós estrear nossas andanças em São Francisco subindo e descendo ladeira para achar o tal restô. Eu havia lido que o local sempre tem fila e até fomos preparados para ela. Mas ao chegarmos lá, para nossa decepção, o casal no final da fila (que por coincidência louca tinha vindo no mesmo voo que a gente...) avisou que haviam acabado de pegar a última senha - fala sério!!! Respiramos fundo, pegamos um taxi e resolvemos ir para a região de Haight-Ashbury - primeira parada programada do nosso roteiro.


Haight-Ashbury, o berço dos hippies


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Explico: essas duas ruas foram o berço do movimento Hippie na década de 60, onde moraram Jane Joplin e Jimi Hendrix. E você vai sentir esse astral "haribô" em cada esquina. Lojas de roupas vintage, brechós, cheiro de maconha no ar e muitos hipongas pelas ruas. Não se assuste com o ar alternativo do local. Faça um pitstop no Magnolia Gastropub e Brewery, uma das cervejarias mais famosas da cidade, coma um dos melhores Burgers da sua vida (segundo Zeca, verdadeiramente grelhado com gostinho de lenha), tome uma cerveja bem gelada e entre no clima.




Energias restabelecidas, hora de explorar a vizinhança. Percorra a Haight Street, que vai lhe render fotos divertidas. Vá entrando em lojinhas curiosas, como a Jammin on Haight, vestida de Tie Dye, ou a Decades of Fashion, que garimpa roupas vintage de época e vende para canais de TV e estúdios de cinema. Muito legal as sessões divididas em calças da década de 70, gravatas dos anos 50, sapatos da turma de 1960 e por aí vai... Pena que não deixaram fotografar dentro da loja, mas tiramos uma foto da fachada, registrando nossa aquisição da década de 40 para a coleção de chapéus de Zeca. E para fechar o passeio, se você gosta de música, não deixe de visitar a famosa Amoeba Music, onde você vai encontrar o que sonhar em matéria de discos de vinil, CDS e DVDs. Demos por encerrado nosso primeiro dia em São Francisco e fomos para o hotel descansar e renovar o fôlego para os próximos dias.


São Francisco - dia 2


No segundo dia, acordamos cedo - aproveite o benefício do fuso que vai fazer você cair da cama bem antes do que imagina para um dia de férias. Andando pela Geary Street, encontramos várias opções para o primeiro breakfast da viagem. Optamos por um lugarzinho em estilo bem americano, onde nos fartamos com omeletes recheados com cogumelos e panquecas com frutas frescas. A maior parte dos hotéis de São Francisco não inclui o café da manhã na diária e sai mais em conta comer em alguma lanchonete especializada em refeições matinais, tem várias. Mas a cidade não é barata, então prepare-se para gastar em média US 35 a US 40 por um café para dois. Em tempos de dólar a R$ 4,00, melhor nem tentar converter... Em compensação, as porções costumam ser fartas, então peça aos poucos e sem exagero, porque sempre dá para dividir. E se você é brasileiro e não abre mão de um bom café com leite, dispense o "chafé" americano com aquele cream sem graça e vá de Latte.


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Após o café, o plano do dia era conhecer a região de Embarcadero, que fica na orla e concentra alguns dos principais pontos turísticos de São Francisco, como o Fisherman's Wharf, o Ferry Building e a famosa casa de chocolates Ghirardelli.

Veja o mapinha da rota que fizemos e acompanhe nossas paradas:



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Andando de cable car pelas ladeiras de San Francisco

Uma das maneiras clássicas de começar esse passeio é pegar o Cable Car. Como já falei, estávamos bem perto do terminal do bondinho que fica no cruzamento inicial entre as ruas Powell e Market.

Algumas coisas que você precisa saber sobre o Cable Car Os charmosos bondinhos de madeira são símbolo histórico-cultural de São Francisco, e sim, é uma delícia a experiência de andar de Cable Car pelas ladeiras da cidade. É um dos sistemas de transporte mais antigos que se tem notícia no mundo que ainda estão em funcionamento. Suas operações começaram em 1873. Os bondes são puxados por cabos que correm por uma canaleta entre os trilhos, sem o uso de eletricidade. O motorista (aliás, verdadeiros personagens) usa uma embreagem para se fixar ao cabo, que move-se por essa canaleta central. Outra curiosidade é que o bondinho não vira sozinho no final da linha. Os condutores precisam encaixá-lo em uma base de madeira e girar no "muque". Quem quiser conhecer melhor a história, pode visitar o Cable Car Museum, localizado na 1201, Mason St.


Você pode ir pendurado do lado de fora. Uma delícia!
Você pode ir pendurado do lado de fora. Uma delícia!

Mas andar de Cable Car não é barato, por isso ele é mais uma atração turística do que um meio de transporte da população. Custa US 7 por pessoa, e toda vez que você desce e sobe, precisa pagar novamente. O ticket pode ser comprado nos quiosques perto das paradas, em lojas da Walgreens ou com o próprio condutor (mas leve trocado, eles não dão troco). Uma forma mais econômica é comprar o Cable Car Tickets and Visitor Day Passes com uso ilimitado - o que vale por 3 dias custa USD 26 e inclui, além do Cable Car, os ônibus e o metrô da rede Muni (não vale para a outra rede da cidade, a Bart). Outra chatice do Cable Car é a fila. A depender do local e horário (geralmente início da manhã no ponto da Powell e final da tarde nos pontos da região de Embarcadero), a fila dá voltas e pode levar uma hora ou mais. Os bondinhos são pequenos e os condutores não deixam lotar já de saída para sobrar espaço para quem vai subir nas paradas seguintes (esperar mais adiante pode ser uma alternativa inteligente). Escolha um dia para encarar a situação e depois desencane e pegue ônibus ou metrô. Estando com o Google Maps no celular funciona muito bem. É só indicar o local para onde está indo que o app te informa o número do ônibus, quantos minutos falta para ele chegar ao ponto, quanto tempo levará a corrida e onde você precisa saltar, enfim, viva os tempos do Waze!!!



Encarando a fila...
Encarando a fila...


Existem 3 linhas do Cable Car: a Powell-Hyde, a Powell-Mason e a California. Cada uma faz um percurso diferente, fique atento.
Existem 3 linhas do Cable Car: a Powell-Hyde, a Powell-Mason e a California. Cada uma faz um percurso diferente, fique atento.

Para nosso passeio, queríamos pegar a Powell-Hyde, que iria nos deixar no topo da Lombard Street, nossa primeira parada do dia. Por conta de uma pequena confusão, porque nesse dia o bondinho da Powell Street não estava funcionando, tivemos que pegar um shuttle para ir até outra parada, e acabamos por conhecer Tati e Camões, um casal de cearenses que mora no Pará e virou companheiro de viagem, nos acompanhando por nossas andanças em São Francisco (e ainda jantamos em LA). Na volta da viagem, descobri os dois em uma foto que tirei na fila antes de conhecê-los. Só com brasileiro acontece essas coisas...



Tati e Camões na fila do Cable Car, antes de nos conhecermos  (o casal do lado direito da foto)
Tati e Camões na fila do Cable Car, antes de nos conhecermos (o casal do lado direito da foto)

Perto da Lombard Street, tivemos que descer para o bondinho "embalar". Veja a galera subindo a ladeira a pé do lado esquerdo - hahahaha
Perto da Lombard Street, tivemos que descer para o bondinho "embalar". Veja a galera subindo a ladeira a pé do lado esquerdo - hahahaha

As curvas floridas da Lombard Street


E chegamos! A Lombard Street é uma rua curiosa. Ela é tão íngreme que tiveram que fazer curvas e mais curvas para os carros conseguirem descer sem parar na Baía de São Francisco. E encheram os canteiros com hortênsias, deve ser um charme morar nessas casinhas!!! Salte do Cable Car lá em cima e vá descendo a pé pelas escadarias que ladeiam a Lombard St.




Tome um delicioso sunday na Ghirardelli Usando o velho GPS do Google Maps, fomos caminhando até nossa próxima parada: a Ghirardelli Square, local que por muitos anos abrigou uma fábrica da famosa chocolateria e hoje é um complexo com lojas, restaurantes e uma loja conceito da própria Ghirardelli. Aproveite para recarregar as baterias com um big Sunday e conhecer equipamentos da antiga fábrica, que até hoje ambientam o local.




Caminhando pela Embarcadero


Siga a rota até chegar na avenida Embarcadero, que margeia a orla, onde a proposta é caminhar no sentido Ferry Building, curtindo o visual do mar e as atrações pelo caminho. Comece pelo o Aquatic Park. A murada do pier forma uma piscina sensacional, com a Golden Gate ao fundo, onde a galera costuma praticar natação e andar de caiaque. Também tem ciclovia. Mesmo com o vento frio e com essa água que devia estar gelada, a galera costuma nadar aqui de toca e tudo! Fica cheio de gente assistindo.



Continue até o Fisherman's Wharf. Nesse trecho, a avenida é bem turística, com muitas lojas de souvernirs, restaurantes, gente andando de bicicleta, segway e até um carrinho que achamos bem curioso (todos podem ser alugados nas diversas lojas que existem espalhadas por aqui). Como era um sábado de verão, tudo estava bem cheio de gente. Se puder, tente em um dia de semana, com menos muvuca.



Fisherman's Wharf


O Fisherman's Wharf é um ponto turístico badalado de São Francisco. Reúne vários restaurantes para comer os famosos "crabs", os caranguejos do Pacífico e "clam chowder", uma espécie de sopa de mariscos e do mesmo caranguejo, muitas vezes servida no pão bola. Mas se eu fosse você, fugiria das pegadinhas turísticas do local e seguraria a fome para almoçar mais adiante, no Ferry Building, um mercado repleto de lojas de iguarias gastronômicas e restaurantes muito mais interessantes.



Nossa próxima parada é o Pier 39, bem requisitado por causa dos leões marinhos, que adoram tomar um solzinho preguiçoso nos flutuantes de madeira. Mas o que recomendo é caminhar até o final da ponte para apreciar com tranquilidade a linda vista da Baía, com a ilha de Alcatraz ao fundo.



O luxuoso Pier 3


Passando esse trecho mais cheio, a orla se torna bem mais agradável. Caminhe até o charmoso Pier 3, um pouquinho antes do Ferry Building, e aproveite com calma a linda vista da Baía. Curta os barcos, as gaivotas... Não deixe de ir até a parte do fundo do prédio. Tem uma espécie de varandinha enfeitada com vasos de flores pendurados, que dá para uns restaurantes bem chiques, lindo de morrer.



Almoçando no Ferry Building


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A última parada dessa caminhada por Embarcadero é o Ferry Building. Se você resistiu às tentações no caminho e está morrendo de fome, hora de almoçar. O Ferry Building é um grande mercado gastronômico, cheio de lojinhas de especiarias, temperos, queijos, verduras e frutas, pimentas, frutos do mar, vinho. Enfim, o paraíso dos gourmands. O local também oferece algumas opções de restaurante. 








Gostamos de cara de um restaurante especializado em frutos do mar, mas quando vimos a fila para conseguir uma mesa, desistimos. Lembrei então de uma dica do blog Ideias na Mala de que se comprar um vinho na Wine Merchant, eles não se incomodam que você se sente em uma das mesas e traga seu picnic para acompanhar a bebida. 


Assim sendo, compramos várias comidinhas deliciosas na San Francisco Fish Company, especializada em ostras e outras gostosuras do mar, conseguimos uma mesinha ótima na Wine Merchant, e tivemos uma das melhores refeições da nossa viagem.



Japonese Tea Garden, o jardim japonês do Golden Park


Encerramos nosso passeio pela região de Embarcadero e resolvemos aproveitar o resto da tarde para conhecer o Japonese Tea Garden. Pegamos o metrô ali perto e seguimos para o Golden Gate Park. O jardim japonês é lindo e o oásis perfeito para acalmar a mente da vida agitada lá fora. Plantas cultivadas com a maestria típica dos orientais, bonsais, lagos de carpas, pagodes japoneses, pontes de madeira, além de uma charmosa casa de chá. Olha só as fotos lindas que tiramos por lá (pena que o sol já estava indo embora e o ventinho gelado estava de volta...).




Na volta para o hotel, achamos o máximo a sessão de cinema ao ar livre em plena Union Square. Programinha típico do verão californiano.
Na volta para o hotel, achamos o máximo a sessão de cinema ao ar livre em plena Union Square. Programinha típico do verão californiano.

Fechando a noite com um autêntico show de blues


Sobrou energia depois de tantas andanças durante o dia? Tínhamos reserva para assistir um show em uma das mais tradicionais casas de blues de São Francisco, a Biscuits and Blues. Inacreditavelmente, o local era na esquina do nosso hotel, então fomos a pé (eba!!!). A artista que se apresentava no dia era Paula Harris e a moça manda ver. Acompanhada por músicos que ela mesma chama de beasts (feras), Mrs Harris tem um vozeirão. Garanta sua reserva pela internet (www.biscuitsandblues.com/) e curta um excelente programa para quem gosta de música de qualidade.


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São Francisco - dia 3


Reservamos o domingo para um bom programa ao ar livre. Aliás, essa é uma das melhores pedidas para um dia de verão em São Francisco. Nossa meta era alugar uma bike, passear pela orla e atravessar a Golden Gate pedalando. Na volta, a ideia era conhecer um dos eventos mais concorridos de food trucks da cidade - o Off the Grid - Picnic at the Presidio. Mas vamos começar pelo passeio de bike...



Golden Gate, o cartão postal de São Francisco
Golden Gate, o cartão postal de São Francisco

Pedalando pela Golden Gate


Atravessar a famosa ponte de bicicleta é um dos pontos altos dessa viagem. Se você curte pedalar, não deixe de incluir esse programa no seu roteiro. Alugar uma bicicleta em São Francisco é muito fácil. Pegue um cable car ou um ônibus até a região de Embarcadero - os locais com maior concentração de lojas de aluguel são as regiões próximas ao Ferry Building e ao Fisherman's Wharf. Partindo do Ferry Building, a distância a percorrer até a ponte ficará maior. Saindo do Fisherman's Wharf, a economia é de cerca de 10 minutos de pedalada. O preço do aluguel é meio tabelado - entre US 22 e US 27 por um dia inteiro -você pega a bike de manhã e devolve no final do dia (a loja que escolhemos fechava às 19h). Se não for fazer o passeio até a ponte e quiser somente andar um pouco pela orla (que também é uma delícia), tem a opção de aluguel por hora. De qualquer forma, todos incluem no preço o capacete (não é obrigatório) e um cadeado para você prender a bike se decidir parar e entrar em algum lugar.

Magrelas alugadas, hora de escolher o percurso. Você tem várias opções, vou listar três delas que se encaixam nos diferentes níveis de entusiasmo para o exercício:

1 - Passeio pela orla: a orla de São Francisco é muito gostosa para passear. Tem ciclovia por quilômetros e quilômetros e um monte de gente na mesma vibe. Se você não tem muita resistência ou está com pouco tempo e não pretende ir até a ponte pedalando, curta o passeio na região e já vai ser muito legal. O entorno do Fisherman's Wharf tem muitas lojas e restaurantes e, portanto, muita gente. Para um passeio tranquilo, pegue a pista e siga para a esquerda (olhando de frente para o mar). Andando pela ciclofaixa, você vai percorrer uma área muito tranquila, passar por marinas cheias de barcos, curtir o visual do mar e observar com calma a vida por aquelas bandas - periga querer ficar por lá...

2 - Da Golden Gate até Sausalito: esse é o passeio mais clássico. Você pedala pela orla de São Francisco, atravessa a Golden Gate e desce até Sausalito - uma charmosa cidadezinha repleta de restaurantes e galerias de arte. Porém, a pedalada é de aproximadamente 14 km (ou 8 milhas) e tem algumas subidas pelo caminho, portanto, exige um pouco mais de resistência. Mas, sinceramente, se você está acostumado a andar de bike, não vai achar tão difícil assim. O visual é lindo, você vai parando pelo caminho para tirar fotos e nem sente o tempo passar. E não vai precisar voltar pedalando. Ao chegar em Sausalito (depois da ponte é uma boa descida), você pode almoçar, passear pelas galerias e depois pegar o Ferry de volta - e ainda ganha de quebra um passeio pela Baía de São Francisco. Mas aqui vai um conselho: garanta sua passagem de volta assim que chegar a Sausalito, pois não são muitos os horários do ferry e se for alta estação ou final de semana, as filas costumam ser grandes. Uma opção bem prática é comprar o ingresso na própria loja onde alugar a bike ou nas maquininhas no Ferry Building ou no Pier de Sausalito. O ticket one way custa US 11.25.

3 - Ida e volta pela Golden Gate: nossa opção, que vou mostrar com mais detalhes, foi atravessar a Golden Gate e voltar por ela mesmo - essa opção não inclui Sausalito na rota. Mas tínhamos um bom motivo. Queríamos almoçar no Off the Grid, um evento que acontece aos domingos no Presidio Park. E como o evento terminava às 16h, ficamos com medo de pegar muita fila no ferry e não chegar a tempo. E definitivamente, não dá para pedalar de volta de Sausalito para a ponte - é um subidão pra profissa nenhum botar defeito. O passeio foi simplesmente incrível. Confira nossas paradas e as fotos que tiramos pelo caminho.


Nossa rota de bike
Nossa rota de bike


Como era domingo, as vias de ida e volta estavam do mesmo lado da ponte - geralmente você vai pela direita e volta pela esquerda. Aliás, se puder, evite o domingo - estava muuuuuito cheio de bicicletas. Mas mesmo com tanta gente, a sensação de pedalar pela Golden Gate é incrível e absolutamente inesquecível. Ah! Leve um casaquinho - como venta em cima dessa ponte!!!

Piquenique no Presidio


Depois da pedalada, hora de repor as energias com as deliciosas comidas de rua servidas por autênticos food trucks californianos.


Programa mais californiano não há!
Programa mais californiano não há!

O local é o Off the Grid, no Presidio Park, espaço reservado para os divertidos carrinhos, e que aos domingos se transforma em uma grande área de piquenique. É o Picnic at the Presidio.



Fim de tarde no Fine Palace of Arts


Depois de uma tarde deliciosa no Off the Grid, nossa última parada do dia foi no Fine Palace of Arts. O lindo palácio fica bem pertinho do Presidio Park, a poucos minutos de bike (você pode parar nele também na ida para a Golden Gate). O lugar é lindo, vale conferir.



O Palace of Fine Arts foi construído em 1915 como parte da Panama-Pacific International Exposition, mega exposição que marcou uma nova era para a cidade de São Francisco, que estava se reerguendo após o terremoto de 1906. A construção é a única que sobrou da época, e abriga várias exposições, além de ser um local disputado pelos turistas, por sua beleza plástica, e também por noivos, que costumam posar para ensaios fotográficos nos jardins do palácio.



Meio brega, mas divertido...
Meio brega, mas divertido...

E com essa cena bucólica, encerramos nosso terceiro dia em São Francisco.


São Francisco - dia 4


Para nosso último dia na cidade, escolhemos um passeio triplo: China Town, Mission e Castro. São três regiões com características bem próprias, todas muito legais para passear. Chinatown é um pedacinho da China em plena São Francisco. Mission é um bairro descolado, diria que é a Vila Madalena californiana. E Castro é o famoso bairro gay da cidade. Vamos começar nosso passeio do dia por Chinatown.


Bem-vindo à China

A Chinatown de San Francisco é uma maior comunidade chinesa fora da Ásia e a mais antiga da América do Norte. Cultura, tradição, gastronomia e dezenas de pequenos segredos para descobrir. É um passeio bem legal, que dá para fazer em uma manhã. Começamos nossa exploração chinesa pelo Dragon’s Gate (Portão do Dragão), localizado na esquina das ruas Grant e Bush, bem pertinho da Union Square, a apenas 10 minutos de caminhada partindo do nosso hotel.





Banquinhos com esculturas divertidas de ferro dão as boas-vindas, logo na rua principal.



A rua principal é repleta de lojinhas de produtos típicos da china, como quinomos, leques e chapéus. Dá para garimpar várias lembrancinhas legais por aqui.



Alguns lugares legais que você pode incluir no seu roteiro de Chinatown:


Chinatown Kite Shop: a loja de pipas é linda e se você estiver com crianças, elas vão enlouquecer com as formas e cores penduradas por toda a parte.


Chinatown Kite Shop
Chinatown Kite Shop

Murais de Chinatown: os murais grafitados com temas orientais são maravilhosos.



Tien Hau Temple (125, Waverly Pl): esse templo datado de 1852 fica escondido no terceiro andar de um prédio em plena Chinatown, e é todo enfeitado de vermelho, com incensos pendurados no teto, detalhes dourados e dezenas de divindades em miniatura. O Tien Hau não é muito fácil de achar e sendo um local de orações, as regras para fazer silêncio estão estampadas em avisos colados nas paredes, o que pode não parecer muito hospitaleiro para quem visita o local por curiosidade turística.



Tien Hau Temple
Tien Hau Temple

Lojas de ingredientes exóticos: essa da foto abaixo é de frutos do mar desidratados. Tem de tudo, conchas, moluscos, corais e até barbatana de tubarão. Quanto mais esquisito, mais caro... Pena que não deixaram fotografar lá dentro. O lugar é incrível!



Loja especializada em frutos do mar desidratados
Loja especializada em frutos do mar desidratados

Golden Gate Fortune Cookie (56 Ross Alley): escondidinha em um pequeno beco (tivemos que colocar no Google Maps para achar), você encontra a simpática fábrica de biscoitos da fortuna. Por US 1, você pode criar sua própria mensagem e colocar dentro de um biscoito feito na hora - uma graça de lembrancinha para os amigos.



Saiba mais sobre a fabricação dos biscoitos da sorte chineses
Saiba mais sobre a fabricação dos biscoitos da sorte chineses

Casas de Chá: e para encerrar o passeio, não deixe de tomar um autêntico chá chinês. Existem várias opções por lá, verdadeiros oásis em meio à confusão das ruas de Chinatown.


Vai um chazinho aí?
Vai um chazinho aí?

Passeando por Mission e Castro


Mission e Castro são dois bairros bem descolados de São Francisco. Um pertinho do outro, bater perna por aqui é garantia de uma tarde super agradável, com direito a paradas em lojas bem bacanas e bons restaurantes para um almoço relaxado. Vamos começar por Mission. Pegue o Bart na Powell St. e desça na 24th St. Mission.


Diria que a região é a Vila Madalena de San Francisco. Quem conhece o bairro cool de São Paulo vai se identificar com os murais coloridos que lembram o Beco do Batman. Comece o passeio pelo Balmy Alley (aproximadamente 10 minutos de caminhada da estação do metrô), uma viela estreita com pinturas em muros, portas e paredes dos dois lados.




Curta sem pressa os desenhos que começaram a povoar o local em 1972. Ao longo dos anos, os artistas de rua adotaram o local como parte da celebração da cultura indígena e protesto contra a intervenção dos Estados Unidos na América Central. Alguns dos murais mais expressivos incluem referências à Revolução da Nicarágua e a guerra civil da Guatemala.





Terminada a sessão de fotos, volte em direção a Valencia St. e curta entrar e sair de lojinhas. Compramos vitaminas e sabonetes artesanais na Scarlet Sage Herb, especializada em produtos naturais. Outras paradas divertidas são a Pirate Shop e a Good Vibes, uma sex shop estilosa.



A Scarlet Sage Herb vende vitaminas, sabonetes artesanais e produtos naturais
A Scarlet Sage Herb vende vitaminas, sabonetes artesanais e produtos naturais

Para almoçar, escolhemos o Tacolicious. Já que estávamos em uma região com forte influência latina, nos entregamos aos prazeres da comida mexicana.


Olha só a cara desses tacos!
Olha só a cara desses tacos!

De sobremesa, a dica é uma parada na Craftsman & Wolves, um charmoso café, com docinhos lindos e gostosos. Mas se você é um amante dos sorvetes, caminhe mais um pouco para fazer a digestão e deixe para se deliciar com um cone de doce de leite da Bi-Rite Creamery, que fica na 18th St, em frente ao Dolores Park.





Aliás, essa caminhada entre os bairros Mission e Castro é muito gostosa. Aprecie na 18th St. esse prédio fenomenal chamado "The Women's Building", um espaço dedicado à luta pela igualdade dos direitos da mulher.






É essa pequena e singela igrejinha missionária que dá nome ao bairro, Mission Dolores.
É essa pequena e singela igrejinha missionária que dá nome ao bairro, Mission Dolores.

E para descansar um pouco da caminhada, junte-se aos californianos para curtir o final da tarde no Mission Dolores Park. A vista de San Francisco é de tirar o fôlego.




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Nosso passeio termina no famoso bairro gay de São Francisco, o Castro. Você vai saber que finalmente chegou lá quando encontrar essa faixa de pedestre com as cores do arco-íris, símbolo da causa gay.


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O bairro virou um marco mundial da luta pelos direitos da turma LGBTQAP+ e suas ruas transpiram essa liberdade transgressora, com lojas irreverentes, e dezenas de bares e restaurantes frequentados por todas as tribos.




O prédio do cinema é lindo e vale uma visita. Se tiver com tempo, aproveite para pegar uma sessão.





E foi com as cores do arco-íris, símbolo do Castro, que fechamos nosso tour por San Francisco com gostinho de quero mais. É uma cidade incrível, com muito a oferecer. Foi paixão a primeira vista. Não gosto muito de repetir destinos, afinal o mundo é grande e a vida é curta para conhecer tudo que gostaríamos, mas quero muito voltar aqui um dia. I left my heart in San Francisco...



Bandeiras das cores do arco-íris tremulam orgulhosas no céu azul do Castro
Bandeiras das cores do arco-íris tremulam orgulhosas no céu azul do Castro

Saiba mais sobre nossa viagem pela Califórnia:




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