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De Berlim a Praga

  • Foto do escritor: Virna Miranda
    Virna Miranda
  • 26 de out. de 2019
  • 9 min de leitura

Atualizado: 23 de fev. de 2024

Sempre tive vontade de percorrer o interior da Alemanha, com seus castelos e cidades medievais, mas confesso que a capital Berlim não me despertava muita curiosidade. Até que um casal de amigos dividiu com a gente sua experiência nessa cidade, que mistura história, cultura, tragédia e superação, com doses generosas de inovação, modernidade e civilidade. Essa combinação explosiva fez de Berlim um lugar único no mundo para entender a capacidade humana de se reinventar e nos inspirou a colocá-la na nossa "wish list" das próximas andanças por aí. Mas estando em terras germânicas, é claro que os castelos e as vilas de contos de fadas não poderiam ficar de fora. E assim, a Rota Romântica, também conhecida como Romantikstraße, entrou serelepe em nossos planos. E, para completar, que tal conferir se Praga é mesmo a cidade mais linda do planeta? Roteiro definido (ufa, é sempre uma "escolha de Sofia" definir um rolê pela Europa), embarcamos nessa viagem inesquecível, que durou 17 dias e incluiu muita diversão, conhecimento, gastronomia, e - por que não? - alguma aventura.


Apresentando meus companheiros de viagem:

Nesse primeiro post, vou dar uma visão geral da nossa jornada que aconteceu entre o final de setembro e o início de outubro de 2019, o que recheou nossas fotos com aquele visual incrível das árvores coloridas pelo outono. Também vou compartilhar dicas para quem estiver pensando em incluir algum desses destinos na próxima viagem. Ficou com gostinho de quero mais? É só clicar nos links para os posts que contam detalhes de cada lugar por onde passamos. Vem comigo!


Nossa rota


Começamos nossa viagem por Berlim (pegamos um voo saindo de São Paulo com conexão em Madrid), onde ficamos por 5 dias. De lá, pegamos um trem para Wurzburg, cidade que marca o início da Rota Romântica, onde partimos de carro em direção ao sul da Alemanha, passeando pelas lindas estradas do interior da Bavária, com paradas em Rothenburg Ob Der Tauber, Dinkelsbühl, Nordlinger, Landsberg am Lech e Fussen, já nos pés dos Alpes. Optamos por fazer base nos hospedando em Reutte, na Áustria, coladinha na fronteira com a Alemanha, aproveitando para fazer um bate e volta espetacular para Innsbruck. Deixamos o carro em Munique, onde pegamos o trem para Praga, na República Tcheca, e de lá para Berlim também de trem, para pegar o voo de volta para o Brasil. Veja um resuminho da nossa rota no mapa abaixo.



Ponto de partida: Berlim


Nossa jornada começou pela Alemanha, mais precisamente pela capital Berlim. Mistura de história e modernidade, a capital alemã é apaixonante. Totalmente plana, é muito fácil se perder por suas ruas. A cada esquina, prédios históricos convivem lado a lado com arquiteturas inovadoras.


Com profundas cicatrizes e dolorosas lembranças deixadas pela intolerância e pelo preconceito, Berlim é um exemplo vivo de como o povo alemão conseguiu se reinventar. Uma cidade onde palavras como cidadania, democracia, diversidade e prosperidade se refletem em um clima pulsante e cosmopolita. Não é a toa que Berlim não só se tornou um destinos turísticos mais cobiçados do mundo, mas também uma das cidades com melhor qualidade de vida para se estudar ou trabalhar.


Mas o que faz de Berlim um lugar tão especial e desejado?


É difícil visitar a capital alemã e não fazer uma viagem no tempo de mão dupla. Os pedaços preservados do muro que por décadas separou sua população e as memórias do terror nazista estão por toda parte. São marcas de um passado trágico que não deve ser esquecido, mas que convivem de forma harmoniosa com símbolos urbanos que projetam Berlim para o futuro. Charmosos cafés e restaurantes oferecem o melhor da gastronomia de várias partes do mundo. Lojas das maiores grifes internacionais se espalham por ruas e avenidas, num comércio vibrante. Ônibus, trens, bondes elétricos e barcos se somam a bicicletas e patinetes compartilhados, formando um moderno sistema de transporte público que proporciona a moradores e visitantes uma das cidades com maior mobilidade do mundo.


Um dos principais exemplos desse casamento entre passado e futuro é o Reichstag. Com mais de cem anos de história, o prédio que foi a sede de governo em duas guerras é uma construção impressionante. Danificado por um incêndio em 1933 e por ataques aéreos durante a 2a Guerra, foi reconstruído em 1995 para voltar a abrigar o parlamento alemão. O projeto do famoso arquiteto inglês Norman Foster coroou o palácio histórico com uma moderna cúpula de vidro e aço - referência à original datada de 1894. O local é aberto à visitação (precisa agendar com algum tempo de antecedência, clique aqui para saber mais) e proporciona uma experiência inesquecível: ao subir a rampa em espiral que contorna o domo, a cidade vai se revelando com todo seu esplendor até chegar ao topo, de onde se tem uma das vistas mais lindas de Berlim: prédios históricos que se misturam ao verde do Tiergarten (o maior parque da cidade) e ao azul profundo do Rio Spree. É de tirar o fôlego.



Nós passamos 5 noites (4 dias inteiros) em Berlim. Acho que o tempo foi suficiente para explorar a cidade e conhecer suas principais atrações.


Pegando a Estrada: Romantikstraße


Após 5 dias pela capital da Alemanha, hora de embarcar para a próxima etapa da nossa viagem. Pegamos um trem na Haupbanhof (a estação central de trem de Berlim) em direção a Würzburg, onde iniciou nossa aventura pela Romantikstraße. Fundada em 1950 como um projeto turístico, a Rota Romântica, como chamamos aqui no Brasil, é um percurso de 460km que passa por charmosos vilarejos alemães no interior da Bavária. A viagem que a maioria das pessoas faz de carro (mas também dá para fazer de bike - fiquei com muita vontade!), liga as cidades de Würzburg (foto da esquerda), ao norte, e Füssen (foto da direita), ao sul, e pode ser feita nos dois sentidos.



Ao longo do caminho que deve ser percorrido sem pressa, você vai passando por várias cidades medievais que parecem ter saído de contos de fadas - algumas maiores e outras que mal dá para descobrir o nome antes do carro cruzar suas ruas. São 29 ao todo, ligadas por estradas salpicadas por campos de flores, vacas pastando, rios de água cristalina, lagos alpinos de tirar o fôlego e casinhas coloridas que parecem ter saído de uma caixa de Lego. Um deleite para a alma e um verdadeiro detox da vida real. Claro que você vai precisar escolher em quais dessas cidades vai fazer uma parada para dormir ou simplesmente se perder por algumas horas por suas ruas e seguir viagem. São muitas opções, então o ideal é estudar com antecedência o que cada uma oferece e traçar um roteiro, mesmo que na hora você mude tudo... Mas lembre-se: aqui o destino é a própria estrada. Então, relaxe e curta cada curva sem pressa de chegar.



Nós fizemos a Romantikstraße no sentido norte-sul. Partimos de Würzburg, onde pegamos o carro que alugamos, e seguimos em direção a Füssen.



Na verdade, o destino final dessa etapa da viagem era Reutte, uma pequena cidade austríaca aos pés dos Alpes. Coladinha com a fronteira com a Alemanha, a 20 km de Füssen, Reutte é um destino de esqui. Como estávamos no outono e a neve ainda não tinha dado o ar da graça, encontramos um hotel super charmoso com preços bem mais convidativos que a vizinha alemã. No post Explorando a Romantikstraße, conto mais sobre as vantagens de fazer uma base nessa região para explorar suas atrações incríveis.



Voltando à estrada, foram ao todo 6 dias percorrendo a Romantikstraße, com pernoites em Würzburg (1 noite), Rothenburg Ob Der Tauber (2 noites) e Reutte (3 noites). Além dessas cidades, onde dedicamos mais tempo para conhecer melhor, fizemos paradas em Dinkelsbühl, Nordlinger e Landsberg am Lech, Schongau e Füssen.


Conheça nossa rota no mapa abaixo:



História, arte, gastronomia, cultura, natureza. Enquanto a paisagem vai mudando ao longo do trajeto, as curvas da estrada revelam cidades medievais cercadas por muralhas de pedra, castelos e catedrais. A sensação é de uma fascinante viagem pelo tempo, quando por ali habitavam reis e rainhas, nobres e plebeus, soldados e aventureiros. É impossível não se apaixonar.



Um Pit Stop na Áustria


A Áustria não estava exatamente em nossos planos, mas já que estávamos hospedados em Reutte, fui dá uma conferida nas atrações ali por perto e me deparei com boas surpresas. Só de estar pertinho dos Alpes, já dá para imaginar que a paisagem é linda. Montanhas com os cumes branquinhos de neve (sim, mesmo no outono, você pode dar sorte de presenciar uns flocos caindo), lagos de verde profundo, cidades charmosas, fazendas. O cenário é incrível, e vale muito a pena pegar o carro e dar uma boa circulada pela região.



Eu e Zeca fizemos uma viagem para a Áustria em 2015, mas não conseguimos incluir essa cidade no roteiro. Então, quando descobrimos que Innsbruck ficava a cerca de 90 km de Reutte, não hesitamos em reservar um dia para um bate e volta. A estrada é de tirar o fôlego, serpenteando pelas curvas dos Alpes, e a cidade de Innsbruck é um charme. Claro que um dia é pouco para curtir tudo que o lugar tem para oferecer, mas foi um dia super gostoso, que valeu muito a pena, e no post Um bate e volta a Innsbruck, eu conto mais sobre o que vimos por lá.



Nesse passeio, aproveitamos para visitar o Swarovski Crystal World, uma espécie de museu/exposição da famosa marca de cristais. Nunca tinha ouvido falar nesse lugar, mas fuçando blogs de viagem em busca de dicas para nosso roteiro, me deparei com um post que me deixou curiosa. Localizado na cidade de Wattens, a cerca de meia hora de Innsbruck, o Swarovski World é simplesmente imperdível.



Criada em 1995, pelo artista austríaco Andre Heller em comemoração do aniversário dos 100 anos de existência da Swarovski, a exposição é uma experiência surpreendente. Ao percorrer um labirinto subterrâneo, você passa por diversas alas, chamadas de Chambers of Wonder, onde diferentes artistas retrataram sua visão sobre o mundo dos cristais, misturando cores, sons, cheiros, e cristais, claro. Muitos cristais.



No post O maravilhoso mundo dos cristais Swarovski, eu conto com detalhes nossa expedição pelo Swarovski Krystallwelten.


Praga: a cereja do bolo


Depois de conhecer tanto lugar incrível, difícil imaginar que o melhor estava guardando para o final. Ok, todo mundo que teve a oportunidade de conhecer Praga jura de pé junto que é uma das cidades mais lindas do mundo. Mas você tem que conferir pessoalmente, pois nada do que te disserem fará jus à magia da capital da República Tcheca. E lá fomos nós para a última etapa da nossa viagem, cheios de expetativa.

Depois de 6 dias na estrada, devolvemos o carro alugado em Munique e pegamos o trem rumo a Praga. Chegamos a noite, depois de um longo dia de viagem, e debaixo de chuva, pegamos um táxi para o hotel. Mais uma vez decidimos fugir do caminho mais comum, que seria uma hospedagem próxima ao centro turístico e optamos por nos hospedar em um hotel localizado no complexo do Mosteiro localizado no alto da colina de Strahov (do outro lado do rio). Não poderia haver escolha mais acertada. O hotel de charme é um oásis, cercado por jardins de flores e esculturas. Depois de um merecido descanso, fomos presenteados por um dia espetacular, que combinava sol, frio e um céu de azul intenso. E lá fomos nós explorar Praga.



O percurso de cerca de 20 minutos que percorríamos diariamente até as margens da Ponte Carlos (uma das mais famosas atrações de Praga) me fez lembrar do Pelourinho, com seus casarios e ladeiras de pedra. Em cada esquina, lindas casas seculares, com jardineiras floridas. Do alto da colina, percorrendo os jardins do monastério, a vista espetacular da cidade lá embaixo dava um prenúncio do que nos esperava. Praga é simplesmente mágica.



Conhecida como "cidade das cem cúpulas", Praga é um dos mais belos e antigos centros urbanos da Europa. Famosa pelo extenso patrimônio arquitetônico e por sua rica vida cultural, a cidade se espalha por colinas, cortada ao meio pelas curvas do Rio Vltava.



Pontes seculares (e espetaculares) ligam os dois lados, sempre vigiados pelo grande complexo do Castelo de Praga, de onde a torre da Catedral de San Vito domina a paisagem com sua imponência.



Se perder pelas ruas de Praga é como flutuar por um filme. Prédios históricos, praças e jardins dividem espaço com esculturas que parecem brotar do chão, do céu, de todas as partes.



Cada lugar que você olha parece ter sido cuidadosamente planejado para encantar os olhos e a alma. Esqueça o tempo, o relógio, o celular. Apenas sinta a luz e o encanto quase inexplicável da arquitetura que combina de forma quase provocativa estátuas de santos medievais com as esculturas modernistas e controversas do escultor David Cerny.



Os três intensos dias que passamos em Praga não foram suficientes para absorver tudo que Praga tem para oferecer. Partimos com gosto de quero mais. Não sei se um dia voltarei, afinal o mundo é grande e temos muita coisa para conhecer. Mas dentre todas as minhas andanças por aí, Praga já ganhou lugar especial na minha top list de lugares que tocaram bem fundo minha alma de viajante.



No post A magia de Praga, compartilho detalhes do nosso roteiro e dos lugares que visitamos, fotos e dicas de restaurantes (Praga tem uma gastronomia bem interessante), como se deslocar pelas ruas e ladeiras da cidade e também falo do fabuloso Teatro Negro, uma das atrações imperdíveis de Praga.






Leia mais sobre os destinos que fizeram parte do nosso roteiro, clicando nos posts abaixo:


Berlim


Romantikstraße


Áustria


Praga

10 motivos para se apaixonar por Praga


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