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Roma: explorando o berço da civilização

  • Foto do escritor: Virna Miranda
    Virna Miranda
  • 27 de jul. de 2024
  • 11 min de leitura

Atualizado: 6 de abr.


Castelo de Santo Ângelo ao fundo
Castelo de Santo Ângelo ao fundo

A capital da Itália é uma das cidades mais antigas do mundo, com uma história que remonta há mais de 2.500 anos. Caminhar por Roma é uma viagem no tempo, uma imersão em milênios de história que moldaram o mundo como o conhecemos. A cada passo, o passado se desenrola diante dos nossos olhos, transportando-nos para uma era de glória, poder e cultura. Pelas ruas de paralelepípedos, é possível imaginar os imperadores, filósofos e cidadãos comuns que um dia andaram por ali.


Os atrativos turísticos de Roma são velhos conhecidos - mesmo daqueles que nunca estiveram por lá. Filmes como o Gladiador e La Dolce Vita imortalizaram ícones romanos como o Coliseu e a Fontana di Trevi. Mas ao cruzar os arcos imponentes do anfiteatro colossal onde os gladiadores lutaram, é impossível não sentir a grandiosidade do Império Romano: um testemunho vivo da engenharia e ambição romanas.


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Roma não é apenas uma cidade; é um museu a céu aberto, um testemunho eterno de uma civilização que deixou uma marca indelével na história da humanidade. Cada esquina, cada pedra, cada monumento conta uma história, e ao caminhar por suas ruas, somos transportados para uma época de esplendor, onde passado e presente se entrelaçam de forma mágica e inesquecível.


Como explorar Roma


Roma oferece inúmeras atrações, entre monumentos históricos e arquitetônicos, como o Coliseu, o Panteão e a Fontana di Trevi; praças e fontes magníficas, como a Piazza Navona, a Piazza di Spagna e a Piazza del Popolo; bairros charmosos, como Borgo Pio, Rione Monti e Trastevere; além de ser a sede da Igreja Católica e do Vaticano. Além dos pontos turísticos, existem muitos parques e jardins, onde você pode relaxar e desfrutar do clima agradável. Um dos mais famosos é o Parque da Villa Borghese (pertinho da Piazza del Popolo), repleto de jardins, museus e uma linda vista.


A cidade é dividida em várias regiões, cada uma com sua própria atmosfera. O centro histórico é o coração da cidade, onde você encontrará alguns dos principais pontos turísticos, como o Coliseu, o Fórum Romano, a Basílica de São Pedro, os Museus do Vaticano e muitos outros - a maior parte dá para fazer a pé, mas também é tranquilo pegar ônibus ou metrô para economizar as pernas em distâncias maiores. As ruas estreitas e sinuosas do centro histórico estão repletas de cafés, restaurantes e lojinhas charmosas, um convite a paradinhas estratégicas para repor as energias e descansar entre um programa e outro.


Roma também é famosa pela gastronomia (assim como toda a Itália), repleta de pratos simples e saborosos, como massas, pizzas, gelatos e vinho. São milhares de opções, das mais simples, como lugares pitorescos para comer um bom panini recheado, aos sofisticados restaurantes Michelin, com seus pratos estrelados. Vai do bolso e da experiência buscada por cada um. A gente gosta muito de explorar a gastronomia dos locais que visitamos numa equação que combina comidas de rua e de mercados públicos, com restaurantes bem avaliados, que ofereçam bom custo x benefício e não sejam muito turísticos. Sempre evitamos os chamados "pega turistas", que são aqueles próximos das atrações famosas, cujos garçons ficam pescando clientes na calçada... Geralmente os preços não condizem com a qualidade da comida e do serviço oferecidos.


É muita coisa pra ver e viver, não é mesmo? Portanto, separe pelo menos 3 ou 4 dias inteiros se quiser conhecer os principais atrativos de Roma de forma tranquila. Planeje seus dias por região e não esqueça de reservar os ingressos de locais disputados, como o Coliseu e os Museus do Vaticano, com pelo menos 30 dias de antecedência - nesse outro post dessa série sobre Roma, você encontra dicas sobre a compra de ingressos online dessas atrações, além do nosso roteiro detalhado, o que fizemos em cada dia e o que achamos de cada passeio.


Nós ficamos 4 dias em Roma e a seguir vou contar como organizamos a viagem e os passeios pela capital italiana. Claro que cada viagem é única para diferentes pessoas, mas espero que nossa experiência possa te ajudar e inspirar na montagem do seu roteiro.


Mapinha com as principais atrações de Roma
Mapinha com as principais atrações de Roma

Organizando a viagem


Onde se hospedar em Roma


Assim como qualquer cidade grande, Roma oferece inúmeras opções de hospedagem. As principais atrações são relativamente próximas e existem algumas regiões que favorecem explorar a maior parte da cidade a pé. Vou dar 4 opções que considero interessantes, conforme seu objetivo.


Centro Histórico: ficar no centro histórico facilita o deslocamento, você tem tudo pertinho e pode sair a noite para jantar caminhando do seu hotel. Mas geralmente é caro e barulhento, com ruas sempre lotadas de turistas de dia e de noite. E os restaurantes serão, em sua maior parte, aqueles pega turistas...


Trastevere: A "Vila Madalena" de Roma, essa é uma opção que tem ganhado a preferência de quem busca um ambiente descolado e boêmio. Achamos alguns Airbnbs interessantes, mas aqui também tem o problema do barulho, já que as ruas são estreitas e lotadas de bares e restaurantes. Também considere que o bairro é um pouco mais afastado e vai requerer transporte para o centro histórico.


Rione Monti: perto da região do Coliseu e do Fórum Romano, esse bairro descolado combina harmoniosamente os legados antigo e contemporâneo, atraindo intelectuais e jovens empreendedores com suas lojas de discos, arte urbana, bares estilo boteco, brechós, floristas, cantinhos verdes e vielas românticas. Com muitas enotecas e restaurantes, é uma ótima opção para quem busca boa gastronomia e agitação noturna.


Borgo Pio: esse foi o bairro em que nos hospedamos em Roma e adorei ficar nessa região. Perto do Vaticano e do Castelo de Santo Ângelo, Borgo Pio é um bairro charmoso, de atmosfera pitoresca e ruas estreitas, oferecendo uma experiência autêntica da vida romana. Com uma história que remonta ao século X, o local manteve seu charme tradicional, atraindo moradores e turistas com uma encantadora mistura de restaurantes, cafés, lojas de souvenirs e boutiques.


Nosso airbnb


Escolhemos um charmoso apartamento na Via Tacito, na região de Borgo Pio, pertinho da Piazza Cavour (onde fica a Suprema Corte) e a poucos minutinhos a pé do Castelo de Santo Ângelo e do Rio Tibre. Ao lado do nosso apê, tinha um mercadinho com preços acessíveis, onde compramos ingredientes para nosso café da manhã e também para um jantarzinho que fizemos em uma das noites. O local oferecia todo o conforto que precisávamos para nossa hospedagem, como ar condicionado, cozinha completa, máquina de lavar e outras facilidades. Além de termos sido muito bem recepcionados pela administradora do lugar. Vou deixar fotos e aqui o link do AirBnb, mas recentemente uma amiga tentou reservar com 2 meses de antecedência e não tinha vaga. Então, o ideal é planejamento e antecedência para garantir bons preços e disponibilidade em lugares legais.





Como sair do aeroporto


Existem várias formas de ir do Aeroporto Fiumicino para o centro de Roma. Logo que sair do desembarque, você vai ver um guichê a sua direita, que oferece modalidades de transfer para todos os gostos e bolsos: táxis (€ 48 até o centro), shuttles particulares ou compartilhados e ônibus. Nós optamos pelo ônibus Shuttle e foi muito tranquilo. Você compra o ingresso ali mesmo (mas também pode comprar online com antecedência no site da Sit Bus Shuttle). O valor em 2024 foi de € 7. O ônibus parte do T3 em intervalos regulares, tem bagageiro e faz paradas em 3 lugares (não precisa fazer reserva, só comprar o bilhete mesmo). De lá, você pode pegar um táxi para terminar de chegar até sua hospedagem. Nós demos muita sorte, pois a parada "Roma Vaticano" ficava a 5 minutos a pé do nosso apartamento.


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Como se deslocar em Roma


Roma é uma cidade (como muitas outras) para se conhecer a pé. É andando e se perdendo por suas ruas que você vai descobrindo os encantos de cada bairro e admirando a arquitetura e a história milenares que se revelam a céu aberto. Mas existem algumas modalidades de transporte que podem ser combinadas para deslocamentos maiores.


Táxi: não é muito simples pegar um táxi em Roma, pois não basta colocar a mão para tentar parar o carro que vem vindo. As opções são procurar um ponto ou pedir o táxi por meio de um dos apps (appTaxi, It Taxi ou MyTaxi). Se estiver em um restaurante, peça a seu garçom para chamar o táxi, ele fará com prazer e chega bem rapidinho. Ah! Esqueça o Uber, pois ele não funciona bem na Itália.


Ônibus e Metrô: pegar ônibus e metrô em Roma é bem tranquilo. Use o Google Maps para saber qual é o melhor dos dois de onde você está para onde você quer ir e quanto tempo será de viagem. Não são muitas as linhas de metrô (na realidade, apenas 3), mas tem uma bem útil, que liga pontos turísticos como Piazza de Spagna e Coliseu, por exemplo. O ticket vale por 100 minutos, custa € 1,50 e vale para ambos os meios de transporte - o tempo começa a contar quando você validar seu ticket nos terminais eletrônicos que existem dentro dos vagões e ônibus. Dentro desse tempo, você pode integrar um metrô com um ônibus, por exemplo, mas lembre de ter o ticket sempre a mão. Se for usar muito o transporte público, será mais econômico optar por um ticket 24 horas, que sai por € 7 para viagens ilimitadas nesse período.


Bicicletas e patinetes: como a maioria das cidades européias, Roma também oferece estações de bikes e patinetes compartilhadas (inclusive bikes elétricas), mas não achamos a cidade muito segura para essa modalidade... Não tem muita ciclovia e os italianos são meio estressados no trânsito. Eu particularmente não arriscaria. Mas pode ser uma boa opção para andar por exemplo em parques, como a Villa Borguese.


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Onde e o que comer em Roma


Você está na Itália. Então, comer bem faz parte do seu roteiro, certo? É meio óbvio dizer que os pratos mais pedidos em Roma são as massas (ou pastas, como eles chamam), mas é claro que a cidade oferece bons restaurantes com todos os tipos de comida que você desejar. Um bom lugar para pesquisar restaurantes é no The Fork, que funciona super bem na Europa - tem uma variedade gigantesca de opções com fotos e avaliações, você pode reservar e ainda de quebra conseguir ótimos descontos. A seguir, compartilho algumas dicas a partir das nossas principais experiências gastronômicas em Roma.


Trattorias: são as famosas cantinas romanas, onde você comerá boas massas - as mais famosas (e turísticas) são a Cacio e Pepe (queijo pecorino e pimenta) e a Carbonara (bacon, ovos e parmesão), mas existem várias outras opções. Eu adora as pastas com frutos do mar! As trattorias estão espalhadas por toda a cidade, mas cuidado com as "pega turista", aquelas que os garçons ficam pescando os clientes na porta, onde a qualidade da comida e do atendimento em geral são duvidosos. Outras "famosinhas", como a Tonarello, não fazem reserva e possuem longas filas. Eu até fui, mas não curtimos muito, então fica a critério de cada um. Sugiro sempre dar uma pesquisada nas avaliações deixadas por outras pessoas nas plataformas online antes de escolher onde ir e ver também se é necessário fazer reserva. Uma das que mais gostamos foi a daLù, que fica em Trastevere, mas um pouco mais afastada do fervo turístico.





Terrazzas: é assim que os italianos chamam os "roof tops", restaurantes e/ou bares nos topos dos prédios - que não são muito altos em Roma, mas mesmo assim podem oferecer vistas incríveis da cidade. Essa é uma opção deliciosa para tomar um drink e comer um petisco no final do dia - experimente um Aperol para acompanhar um Arancini (bolinho de arroz típico italiano), enquanto ouve uma boa música e admira o lindo horizonte de Roma. Nós amamos a Les Etoiles, no bairro do Borgo Pio, com uma vista lindíssima para a cúpula da Basílica de São Pedro e para os prédios milenares do Vaticano.




Gelaterias: você já deve ter ouvido falar que os sorvetes italianos são os melhores do mundo... E é a mais pura verdade. Eles são cremosos, têm uma consistência diferente... Então tomar um gelato (ou vários) depois das refeições ou na pausa entre um programa e outro é algo obrigatório no seu roteiro. Existem centenas de gelaterias por todas as partes de Roma. Então, mais uma vez, pesquise as mais bem avaliadas e vá testando para saber qual a sua preferida. A minha foi a Hedera, em Borgo Pio. O sorvete de pistache é um dos mais famosos, mas tem sabores para todos os gostos.




Pizzarias: a pizza de Roma é sensacional. Então, não deixe de incluir uma pizzaria no seu roteiro. Lembrando que italiano não compartilha pizza - cada um que peça a sua e seja feliz! Nós amamos a Pizza Forum, um ambiente mediterrâneo super charmoso e a comida divina! É uma ótima pedida para o almoço antes ou depois da visita ao Coliseu e/ou ao Fórum Romano, que ficam pertinho.



Paninis: outra ótima opção para uma refeição barata, rápida e deliciosa é trocar o restaurante da hora do almoço por um local que venda paninis (tem vários). O panini é uma espécie de focaccia com recheio. Pode ser presunto cru, porchetta (carne de porco assada lentamente no forno a lenha), queijo, rúcula, tomate e outras coisitas, e geralmente vai um creme - o de pistache salgado é muuuito bom!! Nós amamos o Fa.Lu. Cioli (de1917!!!) especializado em paninis de porchetta, que fica na Via Serpenti, no bairro de Monti.



Café: e claro que uma visita a Roma não será completa sem uma paradinha para degustar um bom café, que na Itália é cremoso, forte e super aromático. No café da manhã, pode acompanhar um cornetto (o croissant dos italianos). Depois do almoço, escolha um dos muitos cafés espalhados pela cidade e peça um Expresso Doppio, semelhante ao nosso expresso. Se pedir um corto virá um dedo de café bastante intenso, que geralmente é tomado em um só gole. Para os fortes! Ousadamente, resolvemos entrar no famoso Antico Caffè Greco, na luxuosa e caríssima Via del Condotti, onde gastamos € 12 (quase R$ 70) para tomar 2 doppios acompanhados de 2 mini cannolis, aquele docinho famoso italiano (em pé, no balcão!).




Outras dicas que podem ser úteis:


  • Os cartões de débito em Euro são super bem aceitos em Roma (assim como em outras cidades da Itália). Nós usamos o da Conta Global do C6 (que oferece contas em euro ou dólar). A taxa de IOF é bem menor que a do cartão de crédito e você pode "reabastecer" se os euros acabarem antes da viagem.

  • Vale a pena reservar os restaurantes que você quiser muito conhecer. Assim você garante seu lugar e sempre pode cancelar a reserva se os planos mudarem.

  • É imprescindível comprar ingressos com antecedência para atrações concorridas como Coliseu e Vaticano. Nesse post, você vai encontrar mais informações.

  • Roma é relativamente segura e dá para andar a pé, inclusive a noite, sem maiores sobressaltos. Cuidado apenas com batedores de carteira em lugares muito cheios e evite (mesmo!) dar assunto para vendedores informais que vendem souvenirs nas ruas.

  • Na Itália, é comum que os cafés cobrem dois preços pelo mesmo produto - comer no balcão ou comprar e levar para comer na rua é mais barato que sentar em uma mesa. Pode parecer tentador descansar as pernas enquanto beberica seu café, mas saiba que você pagará uma sobretaxa (que pode ser o dobro ou até o triplo) por estar usando o serviço de mesa. Uma coisa boa é que na Itália não se espera que o cliente pague gorjeta nos restaurantes.

  • Ainda no capítulo "cultura gastronômica italiana", saiba que os menus são divididos da seguinte forma: (1) "antepastos", as nossas conhecidas entradas; (2) "primo piato" ou prato de entrada, em geral estamos falando de uma massa; (3) "secondo piato" ou prato principal, que contempla uma proteína com acompanhamento, exemplo, uma carne com legumes; (4) "i dolci", no bom português, as sobremesas. Mas veja, você não é obrigado a pedir isso tudo, até porque, vamos combinar, é muita comida e não vai sair barato. Escolha entre o primo ou o secondo piato, a depender do que queira comer, e tá tudo bem. Nem os italianos conseguem comem isso tudo...

  • Outra maneira de economizar é passar em um mercado e comprar vinho, queijos e burratas, presunto parma, chocolates e outros ingredientes excepcionais - até mesmo refeições prontas, como massas e saladas. Os preços são bem em conta e você pode levar para comer no hotel ou no airbnb, ou até mesmo fazer um piquenique em alguma praça ou parque.

  • Última dica para poupar seus suados euros: Roma tem várias fontes de água potável espalhadas pela rua. E a água ainda sai geladinha! Leve sua garrafinha e encha a vontade (ou beba na torneira mesmo), ao invés de ficar gastando com a compra de água mineral. Nos restaurantes, faça como os italianos e peça acqua del sindaco, que é a água potável da casa e é de graça. 😉


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Agora que você já sabe o básico para organizar a logística da sua viagem, que tal passear um pouquinho comigo por Roma? Nesse post, vou contar o que fizemos em nossos 4 dias pela capital da Itália, como organizamos nosso roteiro, como planejamos a visita a cada atração e nossas impressões sobre o que conhecemos em Roma. Tudo isso acompanhado de fotos bem legais para dar um gostinho do que te espera! Andiamo!


Quer saber mais sobre nossa viagem pela bela Itália? Clica nos links abaixo. Em breve, também vou subir um post bônus sobre nosso stop over em Lisboa.



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