Vamos passear por Roma - roteiro de 4 dias
- Virna Miranda
- 29 de nov. de 2024
- 19 min de leitura
Atualizado: 6 de abr.

Ah, a bela capital da Itália! Com seus monumentos e praças milenares, passear por Roma é caminhar pela história de um povo conquistador, ambicioso e obcecado por arte. Há tanto a se ver que serão necessários no mínimo 3 dias para ver o básico. A boa notícia é que os principais atrativos estão relativamente próximos e dá para conhecer muita coisa a pé, até porque a cidade é um museu a céu aberto, então só perambular pelas ruas já vale a visita.
Mas estamos em Roma, então a viagem não seria completa sem uma visita ao Coliseu, aos Museus do Vaticano e à Fontana di Trevi, para dizer o mínimo, não é mesmo? Então vem comigo que nesse post vou contar tudo que fizemos nos nossos 3 dias e meio pela fantástica e inesquecível Roma. A viagem aconteceu em meados de maio, portanto, na primavera europeia, o que significa temperaturas amenas no início da manhã e à noite e calor durante o dia, com possibilidades de chuva. Não choveu, então tivemos sorte.
Nesse outro post, explico um pouco sobre como organizar uma viagem para Roma, com dicas de onde se hospedar, como se locomover, o que comer, como economizar, e muito mais.
Mas afinal, o que fazer em 4 dias por Roma? Vamos ao nosso roteiro:
Dia 1: a chegada e passeio pelo bairro do Borgo Pio
Nosso voo partiu de Brasília (onde moramos) e fez uma conexão Lisboa. Chegamos em Roma por volta do meio dia, horário local (são 5 horas de fuso). Para sair do aeroporto, pegamos o ônibus da Sit Shuttle Bus, com saídas regulares e o ótimo preço de € 7 por pessoa. São 3 paradas e demos muita sorte, pois uma delas ficava a 5 minutos a pé do apartamento que alugamos pelo AirBnb, no bairro de Prati, próximo à região do Borgo Pio e ao lado do Vaticano. Depois de nos instalarmos, tomarmos um banho e recuperarmos um pouco as energias, partimos para uma caminhada despretenciosa pelos arredores.

Ficamos super bem localizados, então em poucos minutos estávamos às margens do Rio Tibre, admirando o imponente Castelo de Santo Ângelo.
O Castelo de Santo Ângelo
O Castelo de Santo Ângelo, com sua arquitetura imponente e a escada em espiral que conduz ao topo, é um dos ícones de Roma. Localizado na margem direita do Rio Tibre, próximo ao Vaticano, este monumento milenar oferece uma vista panorâmica da cidade que te transporta para outra época. Construído inicialmente como um mausoléu para o imperador romano Adriano no século II d.C., o castelo testemunhou séculos de história, servindo como fortaleza, prisão e residência papal. Sua relação com Roma é intrínseca, tendo sido palco de eventos históricos cruciais e um refúgio seguro para os papas durante períodos de turbulência. Ao longo dos séculos, o castelo foi ampliado e adaptado, resultando em uma estrutura complexa que abriga diversos ambientes, como a Sala dos Papas, a Capela Nicolina e os apartamentos privados. Uma visita ao Castelo de Santo Ângelo é uma jornada fascinante através do tempo, que permite aos visitantes explorar os diferentes períodos da história romana e admirar a beleza da arquitetura medieval e renascentista.
Como eu já tenha tido a oportunidade de explorar o Castelo numa viagem anterior, desta vez ele ficou fora do nosso roteiro. Mas se for a sua primeira vez, sugiro reservar pelo menos umas 2 horas para esse visita.
Endereço: Lungotevere Castello, 50
Horário de Funcionamento: Diariamente, das 9h às 19h30.
Preço do Ingresso: €13,00 - compre online no site oficial
Seguimos nosso tour de reconhecimento pelo pitoresco bairro de Borgo Pio, até a praça em frente à Basílica de São Pedro.
Decidimos entrar para conhecer o pequeno mas bem interessante Museu Leonardo da Vinci Experience, que explora de forma interativa as principais invenções do famoso pintor imortalizado por sua master piece, a Mona Lisa.
Museu Leonardo da Vince Experience
Apesar de ser muito conhecido por sua contribuição nas artes, Leonardo da Vinci era mais que um pintor excepcional. Ele foi um verdadeiro renascentista, com interesses que iam da anatomia à engenharia. Suas anotações e desenhos revelam uma mente inquieta e curiosa, sempre buscando entender o funcionamento do mundo ao seu redor. Muitas das ideias de Leonardo foram consideradas absurdas em sua época, mas hoje em dia reconhecemos sua genialidade. Ele também era um observador atento da natureza, tendo estudado a anatomia humana, a mecânica dos pássaros e o movimento da água, usando essas observações para desenvolver suas invenções.
O Museu Leonardo da Vinci Experience recria esse universo de forma fascinante, nos transportando para a mente brilhante de Leonardo, ao conhecer réplicas de 55 projetos que ele concebeu, como máquinas voadoras, submarinos, paraquedas e até mesmo um helicóptero, séculos antes dessas tecnologias se tornarem realidade, além de algumas obras de arte.
É possível comprar o ingresso online, mas nós compramos na hora. Estava bem vazio, nem tinha fila, acho que não é muito divulgado. Nós gostamos muito da visita, que é relativamente rápida - no máximo 1 hora. Então acho que vale a pena incluir no seu roteiro.
Endereço: Via della Conciliazione, 19/21
Horário de Funcionamento: Diariamente, das 9h às 19h30.
Preço do Ingresso: €12,00 - compre online no site oficial
Quando saímos do museu, ainda estava de dia (nessa época, o sol só se põe em Roma por volta das 20h). Estava cedo para jantar, então resolvemos tomar um drink em uma terrazza (como são conhecidos os roof tops de Roma). Tinha anotado uma dica para conhecer o Terrazza Les Étoiles, que fica no topo do Atlante Star Hotel, no bairro de Prati e foi uma ótima escolha.

O lugar é bem charmoso e tem uma vista deslumbrante para a Cúpula da Basílica de São Pedro e para os tetos dos prédios do Vaticano. Tomamos uns drinks geladinhos e degustamos deliciosos Arancini (bolinhos de arroz típicos da Itália), enquanto admirávamos o sol se pondo no lindo horizonte de Roma.
Para encerrar a primeira noite em Roma, fomos jantar na famosinha trattoria Tonnarello, no Borgo Pio. A mais conhecida fica em Trastevere, e costuma ter longas filas (não fazem reserva). A unidade do Borgo Pio é um pouco mais vazia, mas o garçom fez um certo charme para nos ceder uma mesa, apesar de ter várias disponíveis... Pedimos a massa clássica que dá nome à casa, o Tonnarelli a Carbonara (tonnarelli é uma massa tipo spaghetti, só que mais grossa e com um furinho no centro). Apesar da fama, achamos a experiência bem mediana. Comemos muito melhor em outros lugares que vou contando por aqui.
E assim, encerramos nosso primeiro (e já intenso dia) em Roma. Desmaiamos, para acordar zerados no dia seguinte, quando começaria nosso roteiro "oficial" pela capital italiana.
Dia 2: Centro Histórico (parte 1) e Coliseu
Mais descansados, tomamos um café em nosso apê e partimos para explorar o Centro Histórico de Roma. Como tínhamos ingresso com hora marcada para o Coliseu às 14:15, decidimos dividir a visita ao centro em duas etapas. A segunda parte deixamos para o dia seguinte.
Primeira parada: Piazza Navona

Em apenas 15 minutos de caminhada, chegamos à Piazza Navona, nossa primeira parada. Como estava cedo, demos a sorte de encontrar o lugar vazio e foi incrível! A praça é deslumbrante, com fontes e estátuas colossais (confesso que gostamos mais que a Fontana di Trevi). Antiga sede dos Jogos Agonais, a Navona abriga três fontes espetaculares que rivalizam em beleza: a Fontana dei Quattro Fiumi, obra-prima de Bernini, que representa os quatro continentes conhecidos na época, cada um dominado por um rio; a Fontana del Moro, com sua estátua de um mouro sendo subjugado por um leão; e a Fontana del Nettuno, dedicada ao deus romano dos mares. As estátuas representam figuras mitológicas e históricas, e criam um ambiente mágico e cheio de vida.
Pertinho da Piazza Navona, tem um lugarzinho escondido que vale muita a parada para um café.
Chiostro del Bramante

Um verdadeiro oásis de arte e tranquilidade escondido nos becos históricos de Roma, a poucos passos da animada Piazza Navona, o Chiostro del Bramante originalmente era um claustro renascentista e hoje abriga um espaço cultural e artístico. Entramos no claustro e subimos a linda escadaria decorada para encontrar a Caffetteria-Bistrot Chiostro del Bramante, um espaço charmoso e aconchegante, onde você pode desfrutar de uma pausa relaxante e apreciar a beleza do claustro. Degustamos nosso cappuccino na sala de estar do café, cuja exótica decoração tem paredes e móveis revestidos com um exuberante e multicolorido tecido floral.
Galleria Sciara
Seguimos nosso passeio, que tinha como destino a Fontana di Trevi. No caminho, passamos por dentro da linda Galleria Sciara, construída no Século XIX, para admirar seu teto de vidro, uma obra de engenharia e beleza que ilumina o espaço interior de forma única. Construído com uma estrutura de ferro e vidro, o teto abobadado permite que a luz natural penetre no pátio, criando um jogo de sombras e destacando os detalhes dos afrescos que adornam as paredes. Entrar no pátio para conhecer o teto é de graça.

Igreja de Santo Inácio di Loyola

Um pouco mais adiante está a Igreja de Santo Inácio di Loyola, um dos mais belos exemplos do barroco romano. Seu interior, ricamente decorado, culmina em um teto pintado por Andrea Pozzo, que cria a ilusão incrível de um domo celestial, com anjos, santos e a figura de Deus Pai em uma cena de sublime beleza. Adoramos também o presépio permanente, uma obra de arte que transcende a representação tradicional do nascimento de Cristo. Em vez de se concentrar apenas na manjedoura e nos personagens bíblicos clássicos, o presépio oferece uma narrativa mais rica e detalhada, inserindo a história sagrada no contexto da vida cotidiana da época. Achamos super interessante.


Panteão, antigo templo dos deuses romanos

Mais alguns minutos de caminhada e chegamos ao Panteão, um dos monumentos mais emblemáticos de Roma e um dos mais bem preservados da antiguidade. Se a fachada já impressiona, espere para conferir o que te aguarda ao entrar nesse exemplo notável da arquitetura romana. Construído no século II d.C., o Panteão é um local de grande importância histórica e cultural, que originalmente servia como um templo dedicado a todos os deuses da Roma Antiga.
Sua cúpula impressionante, a maior de concreto não reforçado do mundo, possui um "oculus", abertura circular no topo, que permite a entrada de luz natural e funciona como um ponto focal impressionante no chão de mármore com seu belíssimo padrão geométrico. Os nichos que circundam o centro da nave costumavam abrigavam estátuas dos deuses romanos em suas colunas de granito. Atualmente, o edifício abriga a Basílica de Santa Maria dos Mártires e guarda túmulos de importantes personalidades italianas, como os pintores Rafael e Annibale Carracci, e os reis Vittorio Emanuele II e Umberto I da Itália.
Até 2023, a entrada para o Panteão era gratuita, mas um acordo entre o Ministério da Cultura da Itália e a Diocese de Roma estabeleceu um ingresso de € 5. Ficamos um pouco confusos com a fila na praça em frente à entrada do prédio, até que descobrimos que era para comprar o ticket em uma máquina online. Conversando com um segurança, ele nos deu a dica de comprar o ingresso direto na bilheteria na entrada à direita. Foi bem rapidinho, praticamente não tinha fila.
Nossa visita ao Coliseu
Tínhamos ingresso com hora marcada para o Coliseu às 14:15, então após sairmos do Panteão, pegamos o metrô até a estação Colosseo (fomos caminhando por 700m até a estação Barberini, a mais próxima de onde estávamos). Como tínhamos tempo, antes da nossa visita ao Coliseu, resolvemos almoçar em uma pizzaria que ficava na região, bem avaliada no The Fork, chamada Pizza Forum Roma. O lugar é um charme, com decoração mediterrânea e autênticas pizzas romanas acompanhadas por drinks geladinhos. Ao lado, fica a Gelateria da Constanza, uma das famosinhas de Roma.

Bem abastecidos, partimos para nossa visita ao Coliseu. Nosso ticket foi comprado pela internet, no site oficial, com aproximadamente 30 dias de antecedência. Optamos pelo Full Experience, que custou € 24 por pessoa com entrada combinada para o Fórum Romano e o Monte Palatino (para os quais não há necessidade de agendar horário). Esse bilhete inclui acesso exclusivo à arena inferior do Coliseu, além de áreas especiais do Fórum (Santa Maria Antiqua, o Oratório dos Quarenta Mártires, o Templo de Rômulo, a Casa de Augusto, a Rampa de Domiciano e a Cúria Julia).
Estive em Roma há quase 30 anos. Na época, mal havia internet e não existia a facilidade que temos hoje com reservas online. Era início de julho, alta temporada e fazia um calor de quase 40 graus. Fizemos duas tentativas de entrar no Coliseu, mas a fila fazia caracol e o sol escaldante não ajudava. Resolvi deixar para a próxima oportunidade - que só se concretizou agora, quase 3 décadas depois. A expectativa, portanto, era grande. Com nossos ingressos na mão, meia antes do horário marcado nos dirigimos para a entrada, mas nos fizeram esperar por 15 minutos, quando finalmente liberaram nosso acesso. Entramos!

O Coliseu é um dos monumentos mais icônicos e famosos do mundo.
Também conhecido como Anfiteatro Flaviano, é um testemunho impressionante da grandiosidade e engenhosidade da antiga Roma. Construído no século I d.C., era um local de entretenimento e uma manifestação de poder e prestígio do Império Romano, destinado a jogos espetaculares, como combates de gladiadores, caçadas de animais selvagens e encenações dramáticas (me dá arrepios só de imaginar). Sua estrutura de forma oval com várias fileiras de arcos, construídas com pedra e concreto podia acomodar até 50.000 espectadores e era coberta para proteger do sol escaldante ou da chuva.
Começamos nosso tour pela arena inferior, onde ficam as fossas e espécie de jaulas/cavernas onde os animais e os escravos ficavam presos até a hora do "espetáculo". É muito chocante imaginar as cenas dantescas que milhares de pessoas presenciavam e aplaudiam. Explorar as ruínas do interior do anfiteatro colossal, subir e descer as escadarias e percorrer seus corredores te transporta para além do tempo. A arquitetura é impressionante e proporciona uma visão fascinante da história e da atmosfera bizarra durante os jogos. A visita é relativamente rápida, em duas horas dá para percorrer tudo com calma, tirar fotos de vários ângulos e conhecer mais sobre a história, contemplando os artefatos expostos pelo local.
Depois que terminamos nossa visita, saímos do anfiteatro, atravessamos a avenida em direção a Rioni Monti, charmoso bairro boêmio que fica ali pertinho. Subindo a escada, chegamos até um tranquila rua de onde é possível tirar fotos panorâmicas do Coliseu, com o melhor ângulo e, de quebra, emolduradas por uma linda vegetação.
Um rolê por Rioni Monti
Imagine um bairro em Roma onde o passado e o presente se entrelaçam de forma descontraída e encantadora: bem-vindo a Rione Monti. Ao lado do Coliseu e do Fórum Romano, esse pedaço vibrante da cidade é um refúgio de autenticidade e criatividade que, nas últimas duas décadas, se transformou em um dos pontos mais cobiçados da capital italiana.

Monti foi, por muito tempo, um subúrbio esquecido, até passar por uma revitalização urbana a partir dos anos 1930. Hoje, é um mosaico onde o antigo encontra o contemporâneo. Suas ruas estreitas são um verdadeiro cenário artístico, com intervenções de arte urbana espalhadas pelas paredes centenárias e edifícios históricos parcialmente cobertos por vegetação. É um lugar onde o charme rústico das construções divide espaço com a inovação e as tendências, tornando-se um ímã para mentes criativas e almas sensíveis que vêm em busca de inspiração. Apesar de estar no coração de Roma, com muitas lojas de discos, brechós, floriculturas e bares, o bairro está sendo descoberto aos poucos pelos turistas e é fácil se perder em suas vielas e descobrir cantinhos verdes e românticos. Paramos para um descanso e um drink no Benso 315, perto da escadaria que dá acesso a Rioni.
Jantar no Borgo Pio
Para essa noite, fizemos uma reserva em um restaurante recomendado em um blog chamado Arlu, que fica no bairro de Borgo Pio. O local ficava a poucos minutos de caminhada do nosso AirBnb e andar a noite pelas ruas do charmoso bairro é super gostoso. A região é bem turística e tem várias opções de restaurante, mas gostamos sempre de pesquisar avaliações antes de ir para evitar os famosos "pega turistas", onde se paga muito por comida de pouca qualidade. Fomos muito bem atendidos no Arlu, o lugar é charmoso e a comida estava bem gostosa. Achamos justo e acabou sendo uma boa escolha.

Para fechar a noite, tomamos um sorvete na melhor gelatteria que fomos em Roma, a Hedera, também no Borgo Pio.
Dia 3: Forum Romano e Centro Histórico (parte 2)
Em nosso terceiro dia, nossa programação incluiu a visita ao Forum Romano, na região do Coliseu (que levou toda a manhã) e as atrações do Centro Histórico que não visitamos no dia anterior, como a Fontana de Trevi, a Via Condotti e a Piazza de Spagna.
Fórum Romano
Acordamos cedinho para visitar o Fórum Romano, que foi o centro político, religioso e comercial da Roma Antiga. O sítio arqueológico abrange uma extensa área de ruínas e monumentos antigos, como edifícios governamentais, basílicas, templos, tribunais e mercados. Era o lugar onde os romanos se reuniam para discutir assuntos públicos, fazer negócios e participar de cerimônias religiosas.
Esse é um dos programas imperdíveis de Roma, na minha opinião. Confesso que acho mais interessante até que o Coliseu. Caminhar pelas antigas ruas de paralelepípedos é uma verdadeira viagem ao passado. Enquanto passeia por jardins e alamedas que cercam as ruínas de estruturas majestosas, é possível apreciar sua grandiosidade e importância histórica, vivenciar a atmosfera da Roma Antiga e imaginar como era a vida cotidiana naquele período. Monumentos como o Templo de Saturno, a Basílica de Constantino, o Arco de Tito, o Senado Romano e as Casa das Vestais, onde viviam as sacerdotisas do Templo de Vesta, valem paradas estratégicas.
Entre as atrações mais impressionantes está o Arco de Septímio Severo, construído para comemorar as vitórias militares do imperador romano. Ele é decorado com relevos detalhados que retratam cenas de batalhas e triunfos.

A partir do Fórum, tem um lugar que oferece um excelente ângulo para tirar fotos do Coliseu.

O Fórum é grande, são quase 2km de caminhada para passar pelos principais pontos de interesse, e, como os monumentos são espalhados, caso você esteja fazendo um tour auto guiado, como nós, vale certo planejamento para otimizar a visita. Compartilho aqui informações e dicas que para nós foram valiosas:
INGRESSO: A primeira coisa que você precisa saber é que a visita é paga, mas se você visitou ou vai visitar o Coliseu, o ingresso é o mesmo, mas para o Fórum não é necessário marcar horário.
MELHOR HORÁRIO: certamente ir de manhã cedo será a melhor escolha, por dois motivos: menos calor, menos gente (especialmente na primavera/verão). Chegamos por volta das 9 horas da manhã e foi ótimo, porque iniciamos a visita com um dia super gostoso, e quando o dia esquentou, perto do meio dia, já estávamos terminando nosso passeio.
QUANTO TEMPO: diferente do Coliseu, que se consegue visitar em umas 2 horas, aqui é necessário reservar pelo manos 4 horas, se você quer realmente conhecer o lugar com calma, admirar as construções e ruínas, ouvir um pouco da sua história em audio guide, tirar fotos e contemplar esse maravilhoso sítio arqueológico como ele merece.
PROTEJA-SE: lembre de estar com calçados confortáveis, de preferência tênis (a distância é longa e o chão irregular). Passe protetor solar, use chapéu ou boné e não esqueça sua garrafa de água. Não tem nada para vender no local.
A DICA DE OURO - POR ONDE ENTRAR: a entrada mais conhecida é pelo Arco de Tito, em frente à entrada do Coliseu. Mas aqui vai a melhor dica! Caminhe pela rua que separa o Fórum do Coliseu e entre pelo "Portale Vignola". Por essa entrada, você fará a visita no sentido contrário, começando pelo Monte Palatino e terminando na Via Sacra. A vantagem é que você começa pela parte mais alta, então vai subir o monte com o sol mais frio e o corpo descansado, e vai descendo as escadarias em direção à parte principal. Você verá que ao chegar lá estará lotado, mas a maior parte do seu passeio será super tranquila, com pouquíssima gente nos pontos da parada e ao longo do caminho.
AUDIO GUIDE: não existe audio guide oficial para essa visita, mas você pode baixar o app "discover roman forum & colosseum", um ótimo audio guide onde você vai acessando os áudios narrativos clicando nos pontos do mapa, o único ponto é que os áudios são em inglês. Outra opção é usar o chatgpt.
Nesse mapinha, está a rota que fizemos com os principais pontos de interesse:

A - PORTALE VIGNOLA
B - MONTE PALATINO
C - CASA DE LÍVIA
D - CASA DE AUGUSTO
E - VISTA PARA O COLISEU
F - ARCO DE TITO
G - TEMPLO DE VENUS E ROMA
H - BASÍLICA DE CONSTANTINO
I - TEMPLO DE RÔMULO
J - TEMPLO DE VESTA
L - TEMPLO DE SATURNO
M - TEMPLO DE ANTONINO E FAUSTINA
Onde almoçar depois da visita ao Fórum
Terminamos nossa visita cansados e como fome, e decidimos voltar a Rioni Monti para almoçar. Minha dica é o F.A.L.U. Cioli 1917, na Via dei Serpenti, 21 (sim, a marca tem mais de um Século!). O local é especializado na produção da tradicional Porchetta di Ariccia, prato típico da região do Lácio. O menu inclui uma variedade de panini recheados com porchetta, além de outras especialidades locais. Uma refeição deliciosa a um precinho bem justo.
Abastecidos, seguimos para nossa segunda etapa pelo Centro Histórico de Roma.
Fontana di Trevi
Pegamos o metrô até a estação de Barberini e caminhamos até a Fontana de Trevi.
Uma das fontes mais icônicas e populares do mundo, a Fontana Di Trevi atrai milhões de visitantes todos os anos. Sua construção foi concluída em 1762 e sua fachada é decorada com esculturas e relevos que representam cenas mitológicas e a figura do Oceano, no centro. A fonte é conhecida pelo seu design imponente, com uma grande fachada curva em estilo barroco. Localizada em uma pequena praça, está cercada por edifícios históricos.
Sim, a Fontana di Trevi é lindíssima, mas a experiência de visitá-la é péssima. No dia anterior, havíamos ido até lá de manhã cedo, mas a fonte estava vazia para limpeza. Então o jeito foi encarar o lugar no meio da tarde, quando estava tão cheio de gente que foi uma tarefa de gincana conseguir tirar uma simples foto. Contemplar em paz, então, esqueça... É só barulho e confusão.
A boa notícia é que para preservar a integridade da fonte e melhorar a experiência dos visitantes, a prefeitura de Roma está considerando a implementação de uma taxa de entrada (entre €1 e €2) para regular o fluxo de turistas e financiar a manutenção contínua do monumento.
Piazza di Spagna
De lá caminhamos até a Piazza di Spagna, um dos locais mais emblemáticos de Roma. Famosa pela sua escadaria monumental que leva à igreja Trinità dei Monti e pela Fontana della Barcaccia, a praça oferece um panorama vibrante com lojas luxuosas, edifícios históricos e uma atmosfera contagiante. Antigamente, era possível sentar nas escadarias icônicas para contemplar a energia do local, mas hoje é proibido. Apesar da fama, minha praça preferida de Roma é a Navona

Via del Corso e Via Condotti
Seguimos caminhando por duas das mais famosas ruas do Centro Histórico: a Via del Corso e Via Condotti. Uma das ruas mais luxuosas da cidade, a Via Dei Condotti é conhecida como um destino de compras de alto nível, com uma variedade de lojas de moda, joalherias, boutiques de designers renomados e marcas de luxo, como Gucci, Prada, Valentino, Bulgari, Versace e muitas outras.
Famosa pela sua arquitetura e charme, nada por aqui é barato. Resolvemos tomar um café no famoso Antico Caffè Greco, o mais antigo da cidade e o segundo mais antigo da Itália, inaugurado em 1760. Ao longo de sua história, o Greco tornou-se um ponto de encontro para artistas, escritores e intelectuais renomados, como Goethe, Byron e Wagner. O ambiente mantém seu charme histórico, com um interior magnífico decorado com obras de arte e mobiliário de época. Mas um cafezinho básico com um docinho, em pé no balcão, nos custou € 12 (ou R$ 72,00 na conversão da época). Tudo bem que converte não se diverte, mas dessa vez foi impossível não converter...
Já a movimentada Via del Corso, que se estende por cerca de 1,5 quilômetros, desde a Piazza Venezia até a Piazza del Popolo, no coração da cidade, é um paraíso para os amantes das compras. Nela, você encontrará uma grande variedade de lojas, também de marcas famosas, mas um pouco mais acessíveis aos turistas mortais, como Zara, H&M, Mango, Adidas e Uniqlo, dentre outras.
Piazza del Popolo
No final da Via del Corso está a lindíssima Piazza del Popolo. Também conhecida como Praça do Povo, é uma das maiores praças de Roma e desempenhou um papel significativo na história e na vida cotidiana da cidade ao longo dos séculos. Famosa por sua ampla área aberta e seu design simétrico, está cercada por edifícios notáveis, como a Igreja de Santa Maria del Popolo, que remonta ao século XV, e as Igrejas Gêmeas de Santa Maria dei Miracoli e Santa Maria in Montesanto, além do impressionante Obelisco Flaminio, trazido do Egito durante o Império Romano.

Nós amamos a Piazza del Popolo. Achamos a praça de uma beleza impressionante e bem mais vazia que as cobiçadas Navona, Spagna e Trevi. É um ótimo lugar para ver o por do sol e também fica pertinho da Villa Borguese. Mas estávamos muito cansados, depois do dia intenso, então não foi dessa vez que conhecemos os Jardins da Villa Borghese. Mas fica a dica para esse passeio que oferece uma paisagem encantadora, com áreas verdes exuberantes, lagos, fontes e belos jardins, além de uma variedade de atividades ao ar livre, como caminhadas, corridas, passeios de bicicleta e piqueniques.
E assim, encerramos nosso terceiro dia em Roma. Nessa noite, optamos por fazer um jantarzinho em nosso apê, com ingredientes comprados em um mercadinho do bairro.
Dia 4: Museus do Vaticano e Trastevere
Nosso último dia fechou com chave de ouro nossa experiência em Roma: visitar os fenomenais Museus do Vaticano (que abriga a impressionante Capela Sistina) e o passear pelo boêmio bairro de Trastevere, finalizado com um delicioso jantar no bistrô Dalu. Vem comigo!
Museus do Vaticano e Capela Sistina
Os Museus do Vaticano formam um dos complexos museológicos mais renomados e visitados do mundo, localizados na Cidade do Vaticano, um enclave dentro de Roma. Composto por várias galerias, salas e edifícios, os museus abrigam uma vasta coleção de arte e antiguidades acumuladas ao longo dos séculos pelos Papas e pela Igreja Católica. Um dos principais destaques dos Museus do Vaticano é sem dúvida a Capela Sistina, mundialmente famosa pelos afrescos de Michelangelo, incluindo o icônico "Juízo Final" no teto (não é permitido filmar ou fotografar).

Mas fiquei particularmente encantada com a Galeria dos Mapas, um gigante corredor decorado com grandes mapas pintados a mão, que representam diferentes regiões da Itália e as possessões da Igreja Católica no século XVI.

Mas vamos falar sobre a experiência da visita. Compramos os ingressos pela internet com aproximadamente 3 meses de antecedência, o que é altamente recomendável para quem não quiser penar por horas na fila que dá a volta nas grandes muralhas que cercam os Museus. Ainda assim, ao chegar, ficamos receosos com a fila mesmo para quem já tinha ingresso com hora marcada, mas andou rapidinho e logo estávamos no interior do gigantesco complexo. O lugar é grandioso em todos os aspectos. Fundado pelo Papa Júlio II no início do século XVI, ele abriga uma coleção monumental de arte e artefatos acumulados ao longo de séculos pelos papas.
Confira os números (são impressionantes):
42.000 metros quadrados de área
mais de 20.000 obras em exibição
70.000 peças é o acervo total
são mais de 7 quilômetros de galerias e salas de exposição
Reserve pelo menos um turno para explorar as riquíssimas atrações, dentre galerias, capelas, salas e palácios que abrigam coleções de arte renascentista, clássica, medieval, moderna e contemporânea, entre esculturas antigas, pinturas renascentistas e barrocas, tapeçarias, objetos de arte sacra e artefatos arqueológicos. O lugar tem vários restaurantes incluindo um agradável café em um lindo pátio, onde tomamos café da manhã.
A impressionante coleção de arte moderna e contemporânea incluir obras de artistas renomados, como Salvador Dalí, Vincent van Gogh, Paul Gauguin, Marc Chagall e Giorgio de Chirico, entre outros. É possível visitar ainda os Jardins dos Museus, mas exige um ingresso diferenciado. Confesso que para mim foi um pouco chocante pensar que todo aquele acervo que retrata boa parte da história da humanidade pertence a Igreja Católica...
Levamos cerca de 4 horas para essa visita - chegamos às 9h e saímos quase às 13h. Na saída do complexo, uma impressionante e instagramável escadaria em espiral, desenhada por Giuseppe Momo em 1932, fecha a inesquecível experiência.

Trastevere
Em nossa última noite em Roma, fomos passear no descolado bairro de Trastevere, que ganhou fama nos últimos anos. Ruas estreitas enfeitadas por casinhas coloridas com trepadeiras verdes subindo por suas fachadas dão um ar bucólico ao lugar. Bares e restaurantes tornam a atmosfera vibrante, com turistas lotando as mesinhas dispostas nas calçadas.

É gostoso perambular por ali e parar para tomar um drink enquanto aprecia-se o movimento de vai e vem pelas ruelas.

Antes um reduto da classe operária, hoje Trastevere é uma trendy intersecção de restaurantes, cafés, pubs e pizzaria com microcervejarias e estúdios de música, arte e roupa.
E para fechar nossos dias em Roma com chave de ouro, escolhemos o delicioso e aconchegante Ristorante daLù, fora do burburinho das ruelas principais de Trastevere, onde os lugares para comer costumam ser lotados e bem turísticos. Foi uma ótima escolha. Comida excelente, ambiente lindo e atendimento impecável. Não é um lugar barato, mas era nosso último dia na cidade, então tava valendo. Recomendo fazer reserva.

E assim encerramos nossa visita à capital da Itália. Hora de partir para a Toscana. Estávamos bem ansiosos pela próxima etapa da viagem. No dia seguinte, cedinho, pegamos um trem para Florença.
Quer saber mais sobre nossa viagem pela bela Itália? Clica nos links abaixo. Em breve, também vou subir um post bônus sobre nosso stop over em Lisboa.
Roma, explorando o berço da civilização - post especial com dicas práticas para planejar sua visita a Roma.